TRABALHO E SOCIEDADE:
um estudo sobre a colonização na Amazônia Mato-grossense entre 1972 e 1986
Resumo
Este artigo discute as relações entre o mundo do trabalho e a formação da sociedade na Amazônia Mato-grossense durante o processo de colonização entre os anos de 1972 e 1986. Além de compreender o tema, o estudo visa contribuir com as discussões recentes da Sociologia e das Ciências Humanas para a análise das dinâmicas sociais em regiões periféricas aos grandes centros globais. A metodologia do estudo para a elaboração deste artigo constou da busca por publicações no formato de teses, dissertações e artigos oriundos de pesquisas documentais ou pesquisas de campo sobre a colonização da região, com preferência por aquelas cujos dados fossem primários e coletados por entrevistas, observações e registro de imagens. No conjunto dos estudos selecionados verificou-se que as relações sociais nas diversas esferas da vida estiveram associadas ao trabalho, em especial a educação, cultura e religião. O artigo conclui com entendimentos sobre o modo pelo qual o trabalho influenciou na configuração da sociedade, mas também argumenta que a singularidade da região de periferia global demanda por teorias sociais próprias e assim destaca a relevância de uma Sociologia Latino-americana.Referências
ALMEIDA, Luciana Schleder. Significados locais da colonização interna no norte mato-grossense. Revista Brasileira de Estududos Urbanos e Regionais. 23, p.e202101, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.22296/2317-1529.rbeur.202101
BOSCHI, Renato. A abertura e a nova classe média na política brasileira: 1977 "“ 1982. Revista DADOS, Rio de Janeiro, v. 29, n. 1. p. 5-24. 1986. Disponível em: https://drive.google.com/file/d/17Z63-3yFG82CET-BJcIfXbONKzFTwaBX/edit
CASTRO, Sueli Pereira et al. A colonização oficial em Mato Grosso: a nata e a borra da sociedade. Cuiabá: EdUFMT, 1994.
COSTA, Márcia da Silva. O sistema de relações de trabalho no Brasil: alguns traços históricos e sua precarização atual. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 20(59), p.111"“131, 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-69092005000300008
CUNHA, José Marcos Pinto da. Dinâmica migratória e o processo de ocupação do centro-oeste brasileiro: o caso de Mato Grosso. Revista Brasileira de Estudos Populacionais. São Paulo, v. 23, n.1, p. 87-107, 2006. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbepop/a/PSp4DcbZ9mXpnFpZVgQzP6F/
DURHAM, Eunice. A dinâmica da cultura: ensaios de Antropologia. São Paulo: CosacNaif, 2004.
DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
DUTRA, Roberto. Por uma Sociologia Sistêmica Pós-Colonial da América Latina. Revista Dados [online]. vol.64, no.01, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/dados.2021.64.1.229
ECKERT, Cornélia. Memória e trabalho: etnografia da duração de uma comunidade de mineiros do carvão (La Grand-Combe, França). Curitiba: Appris, 2012.
FEDOZZI, Luciano. O poder da aldeia: gênese e história do orçamento participativo em Porto Alegre. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2000.
GARCIA, Pedro Maciel de Paula e BONFIM, Carolina Santos. A mineração e os limites geográficos na colonização de Cuiabá e Mato Grosso. Revista Terrae Didática, v.18, p. 1-16, e022029, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.20396/td.v18i00.8670731
GIDDENS, Athony. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2004.
GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz. A lenda do ouro verde: política de colonização do Brasil contemporâneo. Recife: Editora da UFPE, 2021.
JOANONI NETO, Vitale. A terra do sonho: Igreja e ocupação no Mato Grosso após 1970. Revista Brasileira de História das Religiões, n.1, vol.1, p.213-221, 2008. Disponível em: https://doi.org/10.4025/rbhranpuh.v1i1.26638
LEITE LOPES, José Sérgio.. O vapor do diabo: o trabalho dos operários do açúcar. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
LORD, Lucio. A formação da sociedade no norte do estado do Mato Grosso: diálogos entre Economia, Direito e Sociologia. In: DIAS, Marieta Prata de Lima et al (org). Amazônia: visão caleidoscópica. Recife: Pipa Comunicação, 2015.
LORD, Lucio. Trabalho, educação e cultura: considerações sobre o terceiro movimento de ocupação da Amazônia Mato-grossense e formação da sociedade local. Educação,Cultura e Sociedade, v. 1, p. 175-187, 2011. Disponível em: https://periodicos.unemat.br/index.php/recs/article/view/7840/4980
MARQUES, Ana Cláudia. Pioneiros de Mato Grosso e Pernambuco: novos e velhos capítulos da colonização no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais. 2013Oct; 28(83), p.85"“103, 2013. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-69092013000300006
OFFE, Claus. Trabalho e sociedade: problemas estruturais e perspectivas para o futuro da "Sociedade do Trabalho". Vol I, A Crise. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro, 1989
OLIVER COSTILLA, Lucio. O novo na sociologia latino-americana. Sociologias, Porto Alegre, ano 7, n.14, p. 244-273, jul.-dez, 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/j/soc/a/BnLFKfmG8w6pC3jktK3dzFb/?format=pdf
OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. A fronteira amazônica matogrossense: grilagem, corrupção e violência. Tese de livre-docência. São Paulo, USP, 1997. Disponível em: https://repositorio.usp.br/item/000928587
PASUCH, Jaqueline. Entrelaçamento de vozes num mundo analfabetizado: o contexto da Amazônia. Porto Alegre: FACED/UFRGS, 2000. Dissertação de Mestrado em Educação.
ROHDEN, Josiane Brolo. Plantar sonhos no chão, colher esperanças de um futuro promissor: a saga dos migrantes no processo de colonização e da educação de Sinop (MT) (1973-1979). In: DIAS, Marieta Prata de Lima et al (org). Amazônia: visão caleidoscópica. Recife: Pipa Comunicação, 2015.
ROSA, Rosane Duarte. A função da escola-igreja no processo de colonização de Alta Floresta - Mato Grosso. Revista Educar em Revista. Curitiba, n.21, p.01-18, 2003. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602003000100016&lng=pt&nrm=iso
SANTOS, Milton. O país distorcido: o Brasil, a globalização e a cidadania. São Paulo: Publifolha, 2002.
SOUZA, Edison Antônio de. O poder na fronteira: hegemonia, conflitos e cultura no norte de Mato Grosso. Niterói: UFF, 2008. Tese de Doutorado em História.
SOUZA, Hebert José de. Como se faz análise de conjuntura. Petrópolis: Vozes, 1984.
SUNKEL, Osvaldo. Desenvolvimento, subdesenvolvimento, dependência, marginalização e desigualdades espaciais: por um enfoque totalizante. In: BIELSCHOWSKY, Ricardo. Cinqüenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Record, 2000.
TOMÉ, Cristinne Léus; ROHDEN, Josiane Brolo. O discurso do progresso e a educação na história de Sinop - Mato Grosso: "Como é bom alargar fronteiras de nossa pátria!". Revista História da Educação, Vol.21, n.52, p.312"“334, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2236-3459/67292
TOMÉ, Cristinne Léus. Profissionais da educação na cidade de Cláudia-Mato Grosso: a carreira de professor começou? Revista Currículo sem Fronteiras, v. 14, p. 76-91, 2014. Disponível em: https://www.curriculosemfronteiras.org/vol14iss1articles/tome.pdf
TOURAINE, Alain. Palavra e sangue: política e sociedade na América Latina. São Paulo: Unicamp, 1989.
VARES, Sidnei Ferreira de. A sociologia durkheimiana e a tradição conservadora: elementos para uma revisão crítica. Revista Brasileira de Ciência Política. N.20, p.79-120, maio a agosto de 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0103-335220162003
VITA, Álvaro de. Sociologia da sociedade brasileira. São Paulo: Ática, 1989.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Declaração de Direito Autoral
Os autores e co-autores concordam com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da sua autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores cedem os direitos de autor do trabalho que submetem à  apreciação do Conselho Editorial, que poderá veicular o artigo na Faculdade Sant'Ana em Revista e em bases de dados públicas e privadas, no Brasil e no exterior.
c) Os autores são estimulados a publicar e distribuir a versão onlline do artigo (por exemplo, em repositórios institucionais ou em sua página pessoal), considerando que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e as citações do artigo publicado.
d) Esta revista proporciona acesso público a todo o seu conteúdo, uma vez que isso permite uma maior visibilidade e alcance dos artigos e resenhas publicados.Â